quinta-feira, 20 de março de 2008

SONETO ASCOROSO



Piolhos cria o cabelo mais dourado;

Branca remela o olho mais vistoso;

Pelo nariz do rosto mais formoso

O monco se divisa pendurado:

Pela boca do rosto mais corado

Hálito sai, às vezes bem ascoroso; [pronuncia-se "ascroso"]

A mais nevada mão sempre é forçoso

Que de sua dona o cu tenha tocado:

Ao pé dele a melhor natura mora,

Que deitando no mês podre gordura,

Fétido mijo lança a qualquer hora.

Caga o cu mais alvo merda pura:

Pois se é isto o que tanto se namora,

Em ti, mijo, em ti cago, oh formosura!
Manuel Maria Barbosa du Bocage


Aqui fica uma singela lembrança de um dos poetas mais peculiares do Século XVIII, talvez como um incentivo à leitura...

Ai óh pá!

2 comentários:

Ana disse...

Pois este senhor teve duas facetas... Mas só demonstra o quão brilhante era (para quem gosta da sua poesia, claro)!

PS - É um encorajamento 5 estrelas... Ou não!! lol

Sónia disse...

Desculpa mas axo k nunca hei-de gostar deste sr. porque ainda estou traumatizada com as declamações dos poemas de Bocage pelo Prof. Vicente nas aulas de TTI... enquanto tentavamos jogar às cartas. lolo