O futuro do amor
Amor, ano 2007. Consegue imaginar como serão as relações amorosas dentro de 100 anos? Nós dizemos-lhe!
Julho de 1926. Helen Hope Mirrlees, poetisa britânica, apercebendo-se do impacto que viria a ter o facto de as mulheres se estarem finalmente a emancipar, reune personalidades do universo cultural num jantar e, no final, pede-lhes que prevejam o futuro. Que imaginem como serão as relações amorosas e o casamento dentro um século.
Assumida feminista, Helen Hope Mirrlees queria saber até que ponto os papéis do homem e da mulher se poderiam alterar no campo dos afectos. As previsões dos notáveis, que conseguiu reunir há 81 anos, foram extremamente certeiras, como poderá ler aqui. Foram mesmo tão sugestivas que não resistimos em repetir a experiência.
Final de 2006. Pedimos a uma mulher e a um homem que fizessem o mesmo exercício. Não impusemos formas, nem conteúdos. Apenas sugerimos que projectassem o amor dentro de 100 anos.
Não duvide: vai surpreender-se com a reflexão romântica da psiquiatra, cantora e locutora de rádio Maria de Vasconcelos e com o lado mais sério do humorista Pedro Tochas.
O diário de uma paixão,
(Maria de Vasconcelos, psiquiatra) (...)
Um ser que sonha, que ama e que não pode viver sem sonhar nem amar está preparado para as mais terríveis provações, adapta-se a tudo, mas não pode viver sem sentido. Todos os dias oiço histórias de amor. Belas, belíssimas histórias, inscritas nas estrelas que brilham no céu dos amantes. (...)
Histórias que têm alegria e dor, esquecem o tempo, perdem-se no espaço, erguem muros, derrubam barreiras, vivem de esperança, ganham batalhas, desenham corações, há piscar de olhos, cumplicidade, hormonas aos gritos, companheirismo, bombons, nostalgia, conflito e intimidade, perdas e lutos, feridas...
Mas também há espaço para o ressentimento, para a mágoa, a loucura, a saudade, abraços e confiança, mensagens escritas, conversas informatizadas, velas, novelas mexicanas, filmes candidatos a Óscar, romances impossíveis, gostos, desgostos, silêncio, conforto, vazio, tolerância... (...)
Nada pára a modernidade, poderemos andar em carros voadores, viver em estações espaciais, informatizar a vida de lés a lés, mas os seres humanos serão sempre seres que sonham e que amam. Há uns anos escrevi que o amor é um convite, convida sem planos nem manhas.
Um convite destes não se declina. Nem hoje, nem daqui a 100 anos. Não achas, meu amor?
Amor libertador,
(Pedro Tochas, humorista)
Tenho um espectáculo de rua, sem palavras, que faço pelo mundo inteiro. A personagem é um palhaço que faz tudo para conseguir um beijo da rapariga por quem se apaixona.
Cheguei à conclusão que independentemente da cultura do público que assiste somos mais parecidos no amor do que as pessoas pensam. Por incrível que pareça, acho que dentro de 100 anos faria o mesmo espectáculo. E, por incrível que pareça, penso que dentro de 100 anos o amor, em si, não irá mudar.
Acontecerá, sim, uma maior divisão entre o amor e o sexo. Haverá muito maior liberdade a nível sexual. Aquilo que nos trava actualmente é o medo da Sida/HIV, mas dentro de 100 anos, quando a vacina contra este vírus já estiver disponível, haverá uma total libertação sexual.
Poderão até passar 1000 anos, mas o ser humano está condenado a encontrar alguém que o faz tremer, ficar sem fôlego, que o arrebata completamente. Há coisas que não mudam na condição humana. A forma é que pode ser diferente. (...)
Portanto, dentro de um século, o casamento no sentido católico do termo não terá futuro: as pessoas, simplesmente, ficarão com quem gostam.
Será que teremos a objectividade de imaginar como serão as relações amorosas daqui a um século??? Em 1926, tiveram... Leiam todo o artigo, acho que vale a pena!
Amor, ano 2007. Consegue imaginar como serão as relações amorosas dentro de 100 anos? Nós dizemos-lhe!
Julho de 1926. Helen Hope Mirrlees, poetisa britânica, apercebendo-se do impacto que viria a ter o facto de as mulheres se estarem finalmente a emancipar, reune personalidades do universo cultural num jantar e, no final, pede-lhes que prevejam o futuro. Que imaginem como serão as relações amorosas e o casamento dentro um século.
Assumida feminista, Helen Hope Mirrlees queria saber até que ponto os papéis do homem e da mulher se poderiam alterar no campo dos afectos. As previsões dos notáveis, que conseguiu reunir há 81 anos, foram extremamente certeiras, como poderá ler aqui. Foram mesmo tão sugestivas que não resistimos em repetir a experiência.
Final de 2006. Pedimos a uma mulher e a um homem que fizessem o mesmo exercício. Não impusemos formas, nem conteúdos. Apenas sugerimos que projectassem o amor dentro de 100 anos.
Não duvide: vai surpreender-se com a reflexão romântica da psiquiatra, cantora e locutora de rádio Maria de Vasconcelos e com o lado mais sério do humorista Pedro Tochas.
O diário de uma paixão,
(Maria de Vasconcelos, psiquiatra) (...)
Um ser que sonha, que ama e que não pode viver sem sonhar nem amar está preparado para as mais terríveis provações, adapta-se a tudo, mas não pode viver sem sentido. Todos os dias oiço histórias de amor. Belas, belíssimas histórias, inscritas nas estrelas que brilham no céu dos amantes. (...)
Histórias que têm alegria e dor, esquecem o tempo, perdem-se no espaço, erguem muros, derrubam barreiras, vivem de esperança, ganham batalhas, desenham corações, há piscar de olhos, cumplicidade, hormonas aos gritos, companheirismo, bombons, nostalgia, conflito e intimidade, perdas e lutos, feridas...
Mas também há espaço para o ressentimento, para a mágoa, a loucura, a saudade, abraços e confiança, mensagens escritas, conversas informatizadas, velas, novelas mexicanas, filmes candidatos a Óscar, romances impossíveis, gostos, desgostos, silêncio, conforto, vazio, tolerância... (...)
Nada pára a modernidade, poderemos andar em carros voadores, viver em estações espaciais, informatizar a vida de lés a lés, mas os seres humanos serão sempre seres que sonham e que amam. Há uns anos escrevi que o amor é um convite, convida sem planos nem manhas.
Um convite destes não se declina. Nem hoje, nem daqui a 100 anos. Não achas, meu amor?
Amor libertador,
(Pedro Tochas, humorista)
Tenho um espectáculo de rua, sem palavras, que faço pelo mundo inteiro. A personagem é um palhaço que faz tudo para conseguir um beijo da rapariga por quem se apaixona.
Cheguei à conclusão que independentemente da cultura do público que assiste somos mais parecidos no amor do que as pessoas pensam. Por incrível que pareça, acho que dentro de 100 anos faria o mesmo espectáculo. E, por incrível que pareça, penso que dentro de 100 anos o amor, em si, não irá mudar.
Acontecerá, sim, uma maior divisão entre o amor e o sexo. Haverá muito maior liberdade a nível sexual. Aquilo que nos trava actualmente é o medo da Sida/HIV, mas dentro de 100 anos, quando a vacina contra este vírus já estiver disponível, haverá uma total libertação sexual.
Poderão até passar 1000 anos, mas o ser humano está condenado a encontrar alguém que o faz tremer, ficar sem fôlego, que o arrebata completamente. Há coisas que não mudam na condição humana. A forma é que pode ser diferente. (...)
Portanto, dentro de um século, o casamento no sentido católico do termo não terá futuro: as pessoas, simplesmente, ficarão com quem gostam.
Será que teremos a objectividade de imaginar como serão as relações amorosas daqui a um século??? Em 1926, tiveram... Leiam todo o artigo, acho que vale a pena!
Ai oh pá!!!
2 comentários:
esotu de acordo se o sentimento for genuíno não sofrerá alterações porque o Amor é a meu ver o mais sublime e clássico dos sentimunetos ;)
Ana,
A nossa capacidade de amar está dentro de nós, nasce e morre connosco. Pode mudar o objecto do amor, mas nunca o sentimento em si, por isso concordo inteiramente com o texto.
Bom fds.
Bjo.
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